sexta-feira, 19 de março de 2010

Essências e fantasias da barregã

Na cantiga dos mil acasos demorei pra terminar a melodia.
No espaço a mim oferecido demorei pra me fazer mulher.
E na vida a minha eterna infância demorou pra me fazer guria.
E no choro calado demoraram pra ouvir-me soluçar.
E nos sorriso das bocas demorei-me a escancará-la.
E nos tropeços demorei-me levantar.
E nos amores da vida demorei pra me fazer meretriz.
Na vida que aprendi a olhar as pedras pra não dar topos.
Mas na cantiga dos mil amores hoje aprendi a tocar ao gosto do vento.
Onde fui atento as pedras, hoje vejo apenas flores.
Onde fui meretriz hoje me mostro virgem.
Onde chorei calada hoje aprendi a abraçar-me para o pranto.
A vida macia que de seda me fez sentir mulher.
Agradeço a todos os amores.
Meus valores hoje são ouro.
E minha boca hoje traz a alegria dos tolos.
É a inocência dos lábios de menina.

0 comentários:

Postar um comentário